Localizada no município baiano de Nilo Peçanha, a Casa Familiar Agroflorestal (CFAF ) se configura como uma Organização da Sociedade Civil e é reconhecida pelo Ministério da Justiça como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.
Escola de Ensino Médio integrada ao curso técnico de Florestas, a CFAF tem a chancela do Ministério da Educação. Criada no ano de 2005, a instituição também integra a Rede de Escolas Associadas da UNESCO e articula em sua matriz curricular conteúdos diretamente conectados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
A CFAF recebe jovens entre 14 e 19 anos com Ensino Fundamental completo, filhos de agricultores familiares, residentes na zona rural do Baixo Sul da Bahia e com vocação para continuar a viver e empreender no campo. Nessa escola, as turmas aprendem temas como apicultura, processos de extração do mel e cultivo de hortaliças no sistema de hidroponia (sem uso do solo).
O modelo pedagógico escolhido pela instituição é o da Pedagogia da Alternância, em que os alunos passam uma semana em período integral na escola, com aulas práticas e teóricas, e duas semanas nas suas propriedades, aplicando o que aprenderam e compartilhando conhecimento com suas famílias e comunidades.
Em 2018, a CFAF foi finalista do Prêmio ODS Brasil e selecionada pelo Criança Esperança, programa social da Rede Globo, para receber apoio durante o ano de 2019.
No município da Taperoá, na zona rural do Baixo Sul da Bahia, Daniel de Jesus faz sucesso com as hortaliças que cultiva. Ao lado da avó e dos tios, ele planta alface, seu carro-chefe, coentro, rúcula e cebolinha. Além disso, tem Projetos Educativo-Produtivos, recebendo insumos e orientações técnicas da CFAF para implantação de cacau, banana, horta convencional e criação de aves. Buscando inovar na forma de produzir, o jovem implantou um sistema de hidroponia na sua propriedade e agora passou a cultivar hortaliças sem uso do solo. Incentivado pelos educadores da CFAF, o jovem passou a divulgar seus produtos pelas redes sociais, mostrando a cada vez mais pessoas o que aprende na escola. “Atualmente, eu me vejo como um empreendedor rural. Quero fazer minha vida dentro da minha propriedade junto com minha unidade família. E quero trazer tecnologia para dentro da minha área”, conta.