Comunicação

16h15

40 anos ensinando a pescar

Jornal Hoje em Dia, 29 de janeiro de 2006

A Fundação Odebrecht está comemorando 40 anos completados no último dia 31 de dezembro. Para marcar a data, está lançando o caderno "40 Propostas para o Desenvolvimento Social do Brasil", publicação que tem como base o projeto DIS, realizado nos municípios do Baixo Sul da Bahia. Os resultados são animadores: 11 municípios contemplados e mais de 280 mil pessoas beneficiadas. Idealizada por Norberto Odebrecht, a fundação já investiu R$ 23, 7 milhões no DIS Baixo Sul. E promete investir mais nos próximos anos, com o objetivo de consolidar o que Maurício Medeiros, superintendente da entidade, considera um modelo inteligente, eficiente, eficaz e replicável. Uma das mais antigas do Brasil, a Fundação Odebrecht tem uma história de dedicação a projetos e ações sociais. Segundo Medeiros, a data marca quatro décadas de tentativas de construir respostas para o desenvolvimento de comunidades. Criada com a missão de gerar benefícios aos funcionários da Construtora Odebrecht e suas famílias, logo a entidade passou a atuar promovendo a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores, chegando depois às comunidades onde eles estão inseridos. O jovem foi o foco escolhido. Na visão dos comandantes da instituição a idéia é "formar adolescentes protagonistas, cidadãos responsáveis, conscientes e produtivos". "Educação é fundamental", comenta Maurício Medeiros. "Os filhos aprendem a empresariar os negócios agrícolas e comprometem-se com o desenvolvimento da região. A força está na comunidade. Apenas ajudamos a transformar trabalho em planejamento, músculos em cérebro e suor em mais conhecimento".

A Fundação Odebrecht está comemorando seus 40 anos com o lançamento do Caderno "40 Propostas para o Desenvolvimento Social do Brasil". Então, minha primeira pergunta é: quem foi que elaborou essas propostas e com que critérios alguém - ou um grupo de pessoas - chegou a essas 40 propostas?

O Caderno "40 Propostas para o Desenvolvimento Social do Brasil" é uma publicação que registra a experiência empresarial de Norberto Odebrecht, presidente do Conselho de Curadores da Fundação Odebrecht, comentadas por 30 especialistas, entre eles, Ruth Cardoso, Zenóbia Barlow, Ignacy Sachs, Critóvam Buarque e Zilda Arns. As 40 propostas objetivam a reflexão para efetivas mudanças no país. O Caderno destaca as crenças da Fundação Odebrecht consubstanciadas na experiência do Programa de Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Baixo Sul da Bahia - o DIS Baixo Sul.

A Fundação existe desde quando e com que objetivo ela foi criada?

A Fundação Odebrecht foi criada no dia 31 de dezembro de 1965. Seu objetivo inicial era assistir integrantes da Odebrecht em assuntos previdenciários, sociais e de saúde. Um dos primeiros benefícios concedidos foi assegurar aos integrantes e suas famílias tranqüilidade e segurança em caso de aposentadoria ou ausências. Na década de 80, a fundação mudou o foco da sua ação, contribuindo para promover a educação de adolescentes para a vida, visando sua formação como cidadãos responsáveis, conscientes, produtivos, participativos e solidários.

E o que é o DIS Baixo Sul, onde a Fundação já investiu R$ 23,7 milhões?

O DIS Baixo Sul é o Programa de Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Baixo Sul da Bahia. Ele foi criado em 2003, pela Fundação Odebrecht, em parceria com o governo do Estado, a Associação dos Municípios do Baixo Sul da Bahia - AMUBS _ e o Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Baixo Sul da Bahia - IDES. Os projetos que integram o Programa têm como objetivo desenvolver tanto sóciopolítico quanto economicamente as localidades beneficiadas, promovendo, de forma integrada, oportunidades de trabalho e renda para a população, acesso à educação de qualidade, a conservação do meio ambiente e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Por que considera esse um "modelo inteligente, eficiente, eficaz, replicável e com excelente potencial para se tornar política pública no Brasil" como está escrito no material da Fundação?

O que estamos procurando desenvolver no contexto do Baixo Sul é um programa piloto, passível de reaplicação em outras regiões carentes do Brasil, com suas devidas adaptações a cada realidade. Nosso modelo tem apresentado alguns resultados. Já podemos falar de melhorias observadas e mensuradas no âmbito dos projetos. Cerca de 1.120 membros das três cooperativas que apoiamos nas Cadeias Produtivas da Mandioca, da Aqüicultura e do Palmito, por exemplo, aumentaram sua renda mensal em dois anos. Tivemos índice de evasão e repetência igual a zero nas Casas Familiares. Os principais resultados, no entanto, são intangíveis. Não podem ser medidos, mas sentidos no olhar dos jovens, no clima de confiança que vem se instalando na comunidade, na crença de que eles podem se fixar em seu local de origem, pois através de seu trabalho eles não apenas irão sobreviver, mas viver no meio rural.

A Fundação começou suas atividades trabalhando apenas junto aos funcionários da empresa. Quando e como se deu a extensão para comunidades além do pessoal da construtora e por que optaram por esse caminho?

No processo de amadurecimento institucional, chegou-se à conclusão de que a fundação deveria voltar sua contribuição para a comunidade. No início dos anos 80, ela alterou totalmente seu rumo. Passou a mobilizar inteligências em todo o Brasil, mediante a realização de prêmios e a promoção de debates políticos e acadêmicos na busca do foco para sua contribuição, tendo como perspectiva ajudar o governo a resolver problemas sociais.

Tem muita gente que diz que o social é papel do governo. E que ao entrar neste campo, as pessoas ou entidades estão exercendo um trabalho que deveria ser do governo, e, de certa forma "folgando" o governo do seu real papel. O que acha disso?

Entendemos que precisamos desenvolver e potencializar a inteligência coletiva e a diversidade como forma de maximizar a força da criatividade, da inovação e da sinergia na busca da produtividade, objetivando resultados. Por isto trabalhamos em Sistema de Governança, onde o primeiro, o segundo e o terceiro setores atuam de forma integrada e sinérgica em busca de novas soluções, a serviço da comunidade. Acreditamos que promover o desenvolvimento integrado e sustentável de comunidades não é um papel exclusivo do governo, mas que deve ser exercido nos diversos âmbitos do poder público, da iniciativa privada e organizações da sociedade civil.

Está também no material da Fundação que "o primeiro foco escolhido foi a educação do adolescente para a vida". Quem escolheu esse foco e por que motivo? Por que adolescentes e não crianças? Por que adolescentes e não idosos? Ou excepcionais, por exemplo?

Realmente, em 1988, a Fundação Odebrecht optou como foco de seus trabalhos o adolescente, com a missão de educá-lo para a vida, pelo trabalho e para valores. Essa opção não se deu por acaso. A decisão foi estratégica e pensada como forma de alavancar o desenvolvimento do país. O jovem é um valioso agente do desenvolvimento, capaz de repassar os conhecimentos adquiridos para sua família e a comunidade em geral, melhorando as condições de vida de todos. O desafio é, através desses jovens, constituir Unidades-Família educadas, estruturadas e sólidas, que possam ser agentes de mudanças sociais, políticas e econômicas.

O que foi o Programa Aliança com o Adolescente pelo Desenvolvimento Sustentável?

Em 1999 foi instituída uma parceria entre a Fundação Odebrecht, o Instituto Ayrton Senna, a Fundação Kellogg e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social _ BNDES _ que resultou no Programa Aliança com o Adolescente pelo Desenvolvimento Sustentável no Nordeste. O objetivo era formar adolescentes protagonistas e desenvolver seu potencial.

E o que é a Tecnologia Empresarial Odebrecht, que vocês chamam de TEO, cujas bases filosóficas orientam toda a Fundação? Que bases são essas?

A TEO é a arte de coordenar tecnologias específicas, integrando seus resultados, servindo aos clientes, aos seus integrantes e às comunidades. Suas bases são o ser humano como princípio, meio e fim; a confiança e o espírito de servir.

Outra coisa que dizem é que "o diferencial das atividades da fundação é a sinergia de quatro tipos de capitais _ o produtivo, o humano, o social e o ambiental". Vamos explicar o que é isso?

De forma resumida, podemos dizer que a ação do DIS Baixo Sul se dá por meio de um processo no qual os capitais produtivo, humano, social e ambiental interagem, sinergicamente, rumo ao desenvolvimento integrado e sustentável. A ênfase no Capital Produtivo se dá através de iniciativas de geração de trabalho e renda. Para dar sustentabilidade a elas, a Fundação Odebrecht promove, ao mesmo tempo, ações articuladas de conservação do meio ambiente _ Capital Ambiental _ de educação rural de qualidade _ Capital Humano _ e de construção de uma sociedade mais justa e solidária _ Capital Social.

Que cuidados a direção da Fundação tem para não se tornar assistencialista como tantas que existem por esse Brasil afora?

A Fundação Odebrecht prioriza o desenvolvimento das cadeias produtivas, com base no modelo de geração de oportunidades de trabalho produtivo, renda e sua justa distribuição. Acreditamos que não falta talento às pessoas, mas oportunidades para que esse talento possa florescer e realizar-se. O desafio é gerar uma tendência irreversível de desenvolvimento regional, integrado e sustentável, que beneficie as próximas gerações, assegurando-lhes um desenvolvimento econômico e social.

Que critérios a Fundação adota para "eleger" as comunidades ou as instituições a serem beneficiadas por ela?

O Baixo Sul, região formada por 11 municípios, é o foco de nossa atuação. Temos uma região marcada por contrastes: contrapondo-se à exuberância natural, à rica história, ao valioso patrimônio cultural e à larga potencialidade econômica, temos a pobreza da população e baixos índices de desenvolvimento humano. Dados do Censo Demográfico de 2000, publicados pelo IBGE, indicam que aproximadamente 54% da população tem renda inferior a um salário mínimo e 11% da população não tem rendimento. É na tentativa de reverter esse quadro que a Fundação Odebrecht - em parceria com o governo estadual, a AMUBS e o IDES - tem promovido ações capazes de gerar riquezas de maneira ecológica e sustentável, garantindo a sobrevivência das populações e ajudando a construir uma comunidade sadia, lastreada em princípios de cooperação e de confiança.

Quais os próximos projetos da Fundação?

No Baixo Sul, uma nova Cadeia Produtiva está sendo implantada. Trata-se da Cadeia Produtiva da Piaçava, envolvendo comunidades quilombolas que vivem do extrativismo dessa planta. Teremos a Casa Familiar Agro-Florestal, responsável pela formação de jovens empresários, e o Projeto Cultural irá resgatar a culinária, a música, a dança e outros hábitos da cultura afro-brasileira.

Repórter: Mirtes Helena

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