Comunicação

22h40

Fundação Odebrecht comemora 40 anos de atuação no nordeste

Em entrevista ao redeGIFE, o superintendente da Fundação Odebrecht, Maurício Medeiros, fala sobre os obstáculos enfrentados pela organização nestes 40 anos

Como parte das comemorações de seus 40 anos de atuação, a Fundação Odebrecht realizou, na última quarta-feira (7/12), em Salvador (BA), o Seminário Internacional Educação para o Desenvolvimento Sustentável – Desafios e oportunidades que vêm do campo. O evento reuniu parceiros do Programa DIS Baixo Sul, representantes do terceiro setor nacional e formadores de opinião (jornalistas e educadores), que abordaram assuntos como educação rural de qualidade, educação pelo trabalho e para o trabalho e educação para a cidadania.

Algumas semanas antes, um grupo de jornalistas visitou o programa desenvolvido pela fundação na região do Baixo Sul da Bahia – composta por 11 municípios com população total de 250 mil habitantes. A iniciativa visa o desenvolvimento local sustentável e integrado, baseado no princípio das parcerias intersetoriais e no desenvolvimento simultâneo dos capitais humano, social, produtivo e ambiental.

Para isso, combina cadeias produtivas integradas, políticas de fixação do homem à terra, estruturação da educação formal e profissionalizante com ênfase na cultura local, promoção de justiça e cidadania e preservação ambiental. (leia nesta edição o artigo de Cinthia Sento Sé, enviada especial do redeGIFE à visita organizada pela fundação).

Em entrevista ao redeGIFE, o superintendente da Fundação Odebrecht, Maurício Medeiros, fala sobre os obstáculos enfrentados pela organização nestes 40 anos, foco dos trabalhos, parcerias e investimento social privado na área rural.

redeGIFE – A Fundação Odebrecht começou a atuar exclusivamente na comunidade em 1980, época em que o investimento social privado, assim como o conhecemos hoje, não era muito comum no Brasil. Como foi iniciar este tipo de atuação?

Maurício Medeiros – No início dos anos 80, a Fundação Odebrecht, que até então desenvolvia ações junto aos integrantes da Construtora Norberto Odebrecht, alterou totalmente seu rumo, voltando-se para a atuação exclusiva na comunidade. A princípio, a intenção era fomentar idéias e apresentar soluções ao governo como forma de resolver questões sociais. Os primeiros passos foram mobilizar inteligências em todo o Brasil, mediante a realização de prêmios e a promoção de debates políticos e acadêmicos. Cinco anos de trabalho foram suficientes para se perceber que o governo não tinha condições de colocar as idéias em prática sozinho. Esse obstáculo levou a Fundação Odebrecht a repensar seu papel, estimulada pelo desafio de desenvolver metodologias e estratégias de intervenção social na comunidade.

redeGIFE – Desde 1988, a Fundação Odebrecht tem como foco de trabalho projetos para e com os adolescentes. Este é um público que precisa de mais atenção no nordeste brasileiro?

Medeiros – Representando 1/3 da população brasileira com idade entre 15 e 24 anos, os jovens nordestinos vivem, atualmente, uma realidade bastante diversa da vivida por seus iguais no Sul e Sudeste. Eles têm que conviver com as maiores taxas de desemprego e os piores índices de desenvolvimento juvenil do país. A missão da Fundação Odebrecht é educar esse adolescente para a vida, pelo trabalho e para valores. O jovem é um valioso agente do desenvolvimento regional, capaz de repassar seus conhecimentos adquiridos para sua família e comunidade em geral, melhorando as condições de vida de todos.

redeGIFE – Em 2003, foi decidido que a Fundação atuaria especificamente na região do Baixo Sul da Bahia. O que levou a isso?

Medeiros –
A Organização Odebrecht tem um vínculo histórico com o Baixo Sul da Bahia, região formada por 11 municípios, com cerca de 250 mil habitantes. Nesta região, as riquezas naturais e o potencial humano convivem lado a lado com a pobreza, que alcança mais de 50% da população. Neste contexto resolvemos fazer um programa piloto, passível de reaplicação em outros contextos, em especial outras regiões do interior do Nordeste. A disseminação do modelo, no entanto, acontecerá quando o mesmo estiver consolidado.

redeGIFE – O trabalho da Fundação Odebrecht também é reconhecido quando o assunto é atuação em parceria. O que o senhor indica como características fundamentais para fazer funcionar trabalhos em conjunto (tanto com empresas quanto com ONGs, governo, outras fundações empresariais, etc)?

Medeiros –
A Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO) - um conjunto de princípios, conceitos e critérios que direcionam a organização – defende que precisamos criar e usar a inteligência coletiva e a diversidade como forma de maximizar a força da criatividade, da inovação e da sinergia na obtenção da produtividade. Por isso, trabalhamos em sistema de governança, onde o primeiro, o segundo e o terceiro setores atuam de forma coordenada e sinérgica em busca de novas soluções a serviço da comunidade. Ter objetivos comuns é fundamental. Comunicação e alinhamento são palavras-chave: partilhar decisões, comunicar ações e fazer planejamentos em conjunto. É preciso boa vontade e flexibilidade para entender as demandas de cada parceiro.

redeGIFE – O seminário internacional que a Fundação promoveu no dia 7 de dezembro teve como tema “Educação para Desenvolvimento Sustentável: desafios e oportunidades que vêm do campo”. Podemos dizer que as empresas, fundações e institutos empresariais não estão atuando fora das grandes áreas urbanas como poderiam/deveriam?

Medeiros –
Podemos já observar uma atenção que empresas, fundações e institutos vêm dispensando ao meio rural. O campo continua a expulsar seus moradores para a cidade, que, por sua vez, já não consegue absorver esse contingente. Essa realidade tem incentivado ações que visam o desenvolvimento das comunidades rurais. O objetivo do seminário era promover a discussão sobre o trabalho e a educação como caminhos para o desenvolvimento sustentável no campo.

Fonte:
Informativo redeGIFE, 12 de dezembro de 2005.
Repórter: Mônica Herculano.

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