Comunicação

19h12

Construindo o Futuro

Programa idealizado pela Fundação Odebrecht na Bahia se torna referência em responsabilidade social e estimula trabalhadores rurais a produzir com sustentabilidade

Berço esplêndido deste Brasil de 180 milhões de habitantes, a Bahia hoje é um dos estados social e ambientalmente mais responsáveis do país.  Quem tiver a felicidade de visitar a terra de Jorge Amado - além de conhecer um pouco mais sobre a cultura que deu origem a esta vasta nação verde e amarela -, vai entender, também, porque aquele povo sorridente e de fala arrastada está ajudando a construir uma nova esperança sustentável para o país.

A grande responsável por contribuir com esta nova visão de futuro é a Fundação Odebrecht, uma das mais antigas instituições empresariais brasileiras, que completa 40 anos este mês.  Através do DIS Baixo Sul – Programa de Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Baixo Sul, a Fundação está transformando a região mais pobre do estado baiano em um pólo de referência em desenvolvimento social, ambiental e econômico.  Tudo isto através de um sistema integrado com base em cadeias produtivas.

“O que queremos é levar para a área social a visão empresarial e sustentável da Odebrecht”, afirma Marta Castro, coordenadora de comunicação da Fundação.  Segundo ela, o projeto desperta nos produtores rurais o resgate da auto-estima e o aumento da renda familiar com a produção e venda de mandioca, palmito e outras culturas.  “É uma forma de reintegrá-los à sociedade e contribuir para o desenvolvimento da região.  O nosso papel é ajudá-los e oferecer condições para que isto se realize”, conclui.

Modelo sustentável - O Dis Baixo Sul é uma iniciativa baseada em um modelo de governança, na qual os três setores (governo, iniciativa privada e sociedade civil) trabalham de forma sistêmica, buscando fortalecer os potenciais da região, através da sinergia dos capitais produtivo, humano, social e ambiental.

No capital produtivo, que representa os fatores responsáveis por gerar as oportunidades de trabalho e renda para as comunidades, enquadram-se as cadeias produtivas da mandioca, da aqüicultura (plantas e animais aquáticos) e do palmito.  As comunidades são representadas por três cooperativas, criadas para gerenciar a produção e destinação destas culturas ao mercado externo.  A Fundação Odebrecht espera, em breve, implantar a cadeia produtiva da piaçava, espécie de fibra nativa extraída de coqueiros, que serve para produzir, principalmente, vassouras.

“Estas cadeias constituem uma oportunidade para que as famílias destas comunidades se organizem, tenham acesso à tecnologia para melhorar a produtividade dos cultivos, possam agregar valor aos produtos por meio do beneficiamento adequado e colocá-los nas gôndolas dos supermercados”, afirmou Norberto Odebrecht, presidente de honra da Fundação e idealizador do programa.

As cadeias produtivas têm se mostrado promissoras.  No caso da mandioca, os agricultores viram sua produção crescer de 25 toneladas/mês para 60 toneladas em apenas dois anos.  Isso contribuiu para que a renda média mensal das famílias dobrasse, passando de R$ 220,00 para R$ 486,00.  Já na aqüicultura, a produção e comercialização de peixes como a tilápia aumentou em seis vezes o orçamento dos produtores.  Alguns deles já faturam mais de R$ 600,00 mensais.

Cidadania verde - O Instituto de Direito e Cidadania (IDC) é outro ponto forte do programa.  Criado para fortalecer as relações sociais entre os produtores, de forma a incentivar a prática da cidadania através da conscientização de seus direitos civis, mais de 92 mil pessoas já foram beneficiadas com as ações do IDC, que incluem acesso à justiça e documentação básica civil.  “Isto não é um trabalho assistencialista e sim de protagonismo.  É de inclusão social.  E o que é melhor: depois de fazer tudo isso, ensinamos a explorar as riquezas naturais com sustentabilidade”, afirma Lidiana Leite, responsável pelo IDC.

As Casas Familiares Rurais (CFR), do Mar e a Casa Jovem são a grande paixão de Norberto Odebrecht, que já sonhava com este tipo de projeto desde o início das atividades do Grupo, na década de 40.  Elas foram construídas com a finalidade de oferecer educação formal, alfabetização e formação rural técnica e empresarial para os jovens das 11 comunidades envolvidas no programa (Presidente Tancredo Neves, Valença, Cairu, Taperoá, Nilo Peçanha, Piraí do Norte, Ituberá, Igrapiúna, Camamú, Maraú e Ibirapitanga).

A primeira Casa Familiar Rural do programa foi instalada no município de Tancredo Neves, a 150 km de Salvador, em 2003.  Lá, duas turmas de 35 alunos, com idades entre 15 e 21 anos, ficam uma semana recebendo orientações de agrônomos e veterinários, que ensinam desde o manejo correto do solo e o cultivo de verduras e hortaliças até à criação de animais.  As aulas práticas são realizadas nas plantações da área de 108 hectares da CFR.  Nas duas semanas seguintes, os jovens aplicam em casa o que aprenderam no curso, que tem duração de quatro anos, sob a supervisão de técnicos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Mariene Barbosa, de 19 anos, participa do processo de formação técnica há dois anos e disse que o programa transformou a vida de todos na região.  “A maior mudança é quanto ao capital humano.  É incrível como você se sente quando passa a representar um papel na sua comunidade, trazendo algo novo pra sua família.  Lá eu levo tudo que aprendo aqui.  Já temos uma plantação de mandioca e também criamos suínos”, afirmou.

João Pinto, de 18 anos, ressaltou a importância que o projeto tem para a subsistência das famílias do Baixo Sul e para a preservação ambiental.  “Estamos preocupados com o social e o ambiental.  Com as tecnologias que aprendemos aqui é possível ter uma renda digna sem precisar ir embora para a cidade grande”, diz ele, acrescentando: “E ainda aprendemos a não agredir o meio ambiente.  Hoje, é possível ver expectativa de vida no meio rural”.

Dis Verde

Na visão de Norberto Odebrecht, o programa não seria possível se a preservação da natureza não viesse em primeiro lugar.  Para ajudar a definir qual a melhor forma de uso sustentável dos recursos que a natureza oferece, foi criada a Organização de Conservação de Terras – OCT, que passou a fazer parte do Dis e também é responsável pela Área de Proteção Ambiental do Pratigi (APA), um terreno de 86,5 mil hectares que abrange cinco municípios do Baixo Sul da Bahia. A APA possui, ainda, três eco-pólos constituídos de uma associação de apoio a projetos de conservação e educação ambiental.  A intenção da OCT é estimular a conscientização ecológica.  Segundo Antonio Bastos, diretor executivo da organização, ao transformar parte de sua propriedade em área preservada, o agricultor não perde terra que poderia ser cultivada.  “Além de desenvolver o ecoturismo, o produtor garante a manutenção da biodiversidade.  Este equilíbrio ambiental influencia positivamente toda a produtividade da área”, afirma.

Visionário ambiental

Norderto Odebrecht foi um dos primeiros empresários a visualizar um futuro sustentável para seus negócios.  Descendente de alemães, nasceu em Recife, Pernambuco, em 09 de dezembro de 1920.  O pai, Emílio, engenheiro por formação, abriu uma construtora e entregou aos cuidados do filho, que nesta época já morava na Bahia.  O resto da história já é conhecido.  Sobre a mão de ferro de Norberto, a holding Odebrecht se tornou um dos maiores complexos industriais do país (e também do mundo), atuando nas áreas de engenharia e construção, química e petroquímica e com participação nos setores de serviços públicos e infra-estrutura.  Além disso, expandiu seus negócios para o mercado internacional e se tornou modelo de empreendimento sustentado, com faturamento anual de R$ 4,5 bilhões.  Dono de um humor e simpatia inigualáveis, Norberto também é um apaixonado por meio ambiente.  Não é à toa que é possível ver toda a sua visão ecológica presente em cada ponto do programa Dis Baixo Sul e da holding que leva seu nome.  A seguir, um pouco do pensamento do empresário:

“Vivemos um problema de educação muito grande, pois ela deixou de ser voltada para os valores. E é isto que quis passar para as pessoas: a educação mais importante é a que é dada pela família”.

“Herdei de meus pais valores intangíveis. Quero que meus filhos sejam mais do que eu fui”.

“É preciso dar oportunidades às pessoas. É preciso contribuir. A maioria dos ladrões, por exemplo, tem talento. O problema é que ainda não conheceram pessoas boas para mostrá-los que têm capacidade”.

“Quando fundei a Odebrecht, tinha a noção do desenvolvimento sustentável, mas não sabia como aplicar. Só consegui enxergar isto depois. Eu tinha umas serrarias e resolvi fechar todas. Não podia fazer aquilo com o meio ambiente”.

“Temos que trabalhar em equipe, buscar desenvolvimento. E tornar produtiva a sua própria força. Acredito no poder das circunstâncias e isto torna produtivo tudo que está ao meu redor”.


Fonte: Jornal do Brasil – JB Ecológico - dezembro de 2005.
Repórter: Luciano Lopes

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