Em tempos de crise hídrica, nascentes de água são recuperadas no Sul da Bahia
Medidas preventivas de preservação de mananciais estão entre as prioridades a fim de garantir um futuro com abastecimento seguro
20 de março de 2015
Medidas preventivas de preservação de mananciais estão entre as prioridades a fim de garantir um futuro com abastecimento seguro
20 de março de 2015
A escassez de água potável, antiga realidade no Nordeste do Brasil, começa a afetar severamente o Sudeste do país e desperta a população para o uso consciente deste recurso natural. Medidas preventivas de preservação de mananciais estão entre as prioridades a fim de garantir um futuro com abastecimento seguro. No Baixo Sul da Bahia – onde está localizada uma das áreas de maior biodiversidade do mundo – iniciativas de recuperação de nascentes de água podem servir de exemplo para outros estados.
O Baixo Sul da Bahia reúne cinco áreas de Proteção Ambiental (APA) que formam um verdadeiro mosaico ecológico. A região acolhe a APA do Pratigi, que abriga a bacia do Rio Juliana – maior rede hidrográfica presente nessa unidade de conservação -, e passa por processo de recuperação.
Nos últimos 40 anos houve perda de 36 mil hectares de florestas na área do Pratigi. As áreas degradadas na Bacia do Rio Juliana se concentram na região das cabeceiras, divisores de drenagem e nas áreas de preservação permanente (APP) localizadas nas margens do rio.
Nesse contexto de perda da cobertura florestal e ocupação desordenada do solo, a vazão do Rio Juliana, que ficava na média de 6,4m³ por segundo nas décadas de 60 e 70, teve redução de 4,4m³ atualmente, segundo dados da estação fluviológica, da Agência Nacional de águas (ANA), que se encontra na cachoeira de Pancada Grande e faz medições há mais de 45 anos.
De acordo com o diagnóstico que definiu indicadores ambientais e avaliou os serviços ecossistêmicos na Bacia, foram identificados 3.859 hectares de áreas prioritárias para restauração florestal e o reestabelecimento dos serviços ecossistêmicos na Bacia.
Com base nos resultados da avaliação da Bacia do Rio Juliana, a Organização de Conservação da Terra – OCT, – cuja missão é coordenar e integrar ações para o desenvolvimento sustentável do Baixo Sul da Bahia – investiu em ações de Pagamento de Serviços Ambientais, Restauração Florestal e reconversão produtiva de áreas degradadas.
Desde 2012 já foram mais de 135 hectares de áreas restauradas, incluindo restauração florestal e implantação de sistemas agroflorestais, totalizando o plantio de mais de 243 mil mudas. O trabalho também já recuperou mais de 60 nascentes.
Todas as ações desenvolvidas pela OCT, dentro do Programa de Pagamento por Serviços Ambientais, como a implantação de sistemas agroflorestais, silvicultura tropical, restauração florestal e uso adequado dos recursos naturais, certificação socioambiental de imóveis rurais e planejamento integrado da propriedade, têm a participação direta das comunidades, remetendo a um processo de educação e desenvolvimento contextualizado com a realidade local. O foco é na mudança da matriz tecnológica e econômica atual, que levou a esse quadro de degradação, para um modelo que promove a conservação dos recursos, a sua boa utilização e a geração de trabalho e renda, transformando essas Unidades-família em multiplicadoras desse novo modelo.
A OCT faz parte do Pacto de Governança do PDCIS – Programa de Desenvolvimento e Crescimento Integrado com Sustentabilidade do Mosaico de APAS do Baixo Sul da Bahia, apoiado pela Fundação Odebrecht e parceiros públicos e privados. A estratégia do PDCIS é fomentar simultaneamente os Quatro Capitais: Humano – educação contextualizada (formação profissional-técnica adaptada à realidade do campo), Produtivo – geração de trabalho e renda (incentivo ao cooperativismo), Social – construção de uma sociedade mais justa e igualitária (valorização da cidadania) e Ambiental – conservação ambiental (garante às futuras gerações o acesso sustentável aos recursos naturais). A OCT trabalha sob a vertente ambiental e concentra suas ações em atividades que promovem a conservação de fragmentos florestais e reflorestamento da APA do Pratigi, contribuindo, no contexto do PDCIS, para o desenvolvimento produtivo da família no campo em harmonia com os recursos naturais.
A Fundação Odebrecht, que completa 50 anos em 2015, é uma instituição privada de utilidade pública, sem fins lucrativos, mantida pela Organização Odebrecht. Desde que foi criada, tem como foco contribuir para formação de uma população estruturada em unidades-família, responsável pelo próprio desenvolvimento sustentável.
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