Todos juntos pelo campo
Estatuto da Terra chega aos 50 anos instrumentalizando parcerias rurais que contribuem com o crescimento de agricultores do Baixo Sul da Bahia
13 de novembro de 2014
Estatuto da Terra chega aos 50 anos instrumentalizando parcerias rurais que contribuem com o crescimento de agricultores do Baixo Sul da Bahia
13 de novembro de 2014
Aos 28 anos, Antônio da Silva foi morar na comunidade Mina Nova, localizada no município de Igrapiúna (BA). Ele se mudou quando conseguiu oportunidade de trabalho e hoje, dez anos depois, tem muitos motivos para comemorar. O agricultor cultiva palmito de pupunha e chega a produzir 2 mil hastes por mês, o que lhe garante uma renda de R$ 1.400.
A área de quatro hectares onde Antônio realiza seus cultivos lhe foi cedida por meio de uma parceria rural. Esta parceira é instrumentalizada legalmente pelo Estatuto da Terra que, há cinco décadas, foi aprovado pela Lei nº 4.504 e regula os direitos e obrigações referentes aos bens e imóveis rurais e dispõe de medidas que buscam elevar a produtividade agrícola.
“As metas estabelecidas pelo Estatuto buscam o desenvolvimento da agricultura, estabelecendo o jogo do ganha-ganha pela meritocracia, consubstanciado no aumento da produtividade”, esclarece Joaquim Cardoso, Presidente do Conselho Deliberativo da Organização de Conservação da Terra (OCT). A OCT está ligada ao Programa de Desenvolvimento e Crescimento Integrado com Sustentabilidade do Mosaico de áreas de Proteção Ambiental do Baixo Sul da Bahia (PDCIS), fomentado pela Fundação Odebrecht com o apoio de parceiros públicos e privados.
Toda a produção de Antônio é escoada por meio da Cooperativa dos Produtores de Palmito do Baixo Sul da Bahia (Coopalm). A instituição, que também integra o PDCIS, orienta técnica e financeiramente os agricultores familiares que cultivam palmito de pupunha. As hastes são beneficiadas na indústria vinculada à Coopalm, agregando valores econômicos e sociais aos produtos de seus associados.
Segundo Cardoso, o PDCIS proporcionou uma otimização do Estatuto da Terra, que é limitado ao Setor Primário e ao uso da terra, ao ampliar de forma inovadora a participação do produtor rural nos Setores Secundário e Terciário. “O agricultor participa de todo o ciclo. Desta forma, tem-se na parceria rural um mecanismo de desenvolvimento econômico e regional que viabiliza o acesso à terra e promove a inclusão social produtiva”, salienta.
Ajustes do tempo
Em 5 de janeiro de 2007, a Lei nº 11.443 deu nova redação aos artigos 95 e 96 do Estatuto da Terra, sem modificações em sua essência. Para Cardoso, passados 50 anos, a ferramenta garante a geração de trabalho e renda no campo. “Os envolvidos, o dono da terra e quem a usa, precisam adotar a parceria de forma deliberada e consciente. Dessa forma, o Estatuto contribui com o desenvolvimento da zona rural”, assegura.
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