Participação que faz diferença
Casas Familiares Rurais em funcionamento no Baixo Sul da Bahia são conduzidas por Associações Civis, que orientam todas as decisões
2 de abril de 2013
Casas Familiares Rurais em funcionamento no Baixo Sul da Bahia são conduzidas por Associações Civis, que orientam todas as decisões
2 de abril de 2013
A participação dos pais na vida escolar de seus filhos tem sido tema de diversas pesquisas no Brasil e no mundo. Em 2012, a Universidade da Carolina do Norte (Estados Unidos) divulgou um estudo que reafirma as evidências de que a família é fundamental no sucesso do estudante. “Ao acompanhar o dever de casa ou ir às reuniões escolares, os pais mostram que a escola é importante para todos e precisa ser levada a sério”, diz Toby Parcel, professora de sociologia e uma das autoras do estudo.
No Baixo Sul da Bahia, essa interação vai além. Os pais não só participam como são os responsáveis por conduzir a unidade de ensino, por meio de Associações Civis de Fins Educacionais, que administram as escolas. Assim se originam as Casas Familiares Rurais – centros que oferecem formação voltada para a realidade do campo. As associações agregam todos os pais de jovens que atualmente cursam a habilitação técnica integrada ao Ensino Médio e elegem os representantes dos conselhos deliberativos e fiscais, que orientam as decisões, inclusive de aplicação financeira.
Durante o mês de março, foram realizadas assembleias gerais para inclusão de associados, uma vez que 105 novos alunos iniciaram a formação em 2013. “Estou participando pela primeira vez e vejo como podemos conhecer a realidade da Casa e contribuir não só com a parte pedagógica, como também com a organização. Os jovens que decidem ingressar só têm a ganhar”, garante Reginaldo Canela, que faz parte do corpo deliberativo da Casa Familiar Rural de Igrapiúna.
Com duração de três anos, os cursos oferecidos pelas Casas Familiares utilizam uma metodologia diferenciada, chamada de Pedagogia da Alternância, em que os jovens passam uma semana na unidade de ensino em período integral, com aulas na sala e no campo, e duas semanas em suas propriedades, aplicando os novos conhecimentos. Durante esse período aprendem sobre administração rural, cooperativismo, manejo de solos, irrigação, drenagem, além dos mais diversos cultivos.
Para Marcos Oliveira, conselheiro há três anos na Casa Familiar Agroflorestal, essa interação com a unidade de ensino tem feito a diferença na vida de seus dois filhos. “Temos a felicidade de acompanhar o amadurecimento deles. Nós vemos a responsabilidade da Casa, por meio dos monitores na comunidade e, principalmente, no interesse que nossos filhos demonstram a cada dia”, assegura o morador da cidade baiana de Taperoá.
Jovelina da Silva, mãe do jovem Jaemerson da Silva, que está no segundo ano de formação na Casa Familiar Rural de Presidente Tancredo Neves (CFR-PTN), integrou o conselho da CFR-PTN por três anos e não deixa de acompanhar as atividades. “A Casa nos permite participar e decidir, pois ela conta com a opinião daqueles que sabem o que é melhor para cada jovem – seus pais”, acredita a moradora do município de Teolândia (BA).
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