No mês de setembro, prevalece o rosa das sapucaias. Entre outubro e novembro, o amarelo dos cobis. O lilás que floresce das quaresmeiras é destaque ao findar o ano. A variedade de tons e o expressivo número de diferentes espécies vegetais indicam que estamos em um dos 34 hotspots mundiais – territórios de grande biodiversidade, porém ameaçados.

A Área de Proteção Ambiental (APA) do Pratigi, localizada no Baixo Sul da Bahia, concentra um dos mais importantes maciços florestais do Corredor Central da Mata Atlântica, ainda que o atual processo de degradação resulte na perda de cerca de mil hectares de área verde a cada ano. Buscando contribuir para reverter esse processo, a Associação Guardiã da APA do Pratigi (Agir) doou mais de 7 mil mudas de 37 espécies nativas da Mata Atlântica à Cooperativa dos Produtores de Palmito do Baixo Sul da Bahia (Coopalm). As mudas foram distribuídas para três assentamentos localizados em Igrapiúna e Ituberá (BA) e irão recuperar cabeceiras e matas ciliares da bacia hidrográfica do Rio Juliana.

No dia 27 de novembro, uma cerimônia realizada em Mata do Sossego marcou oficialmente a doação e a inauguração do 1º Viveiro Comunitário de Compensação Espontânea da região. Cerca de 4 mil mudas foram entregues a esta comunidade e as demais divididas entre os assentamentos Lucas Dantas e Margarida Alves. Cerca de 200 pessoas estão envolvidas no trabalho de reflorestamento.

Todas as mudas foram produzidas no viveiro do agricultor Antônio Gonçalves, residente da zona rural de Ibirapitanga (BA). Por mais de 20 anos, ele sustentou a família derrubando árvores e desmatando a APA do Pratigi. Hoje, vende mudas de cedro, ipê amarelo, jacarandá, jatobá, entre outras espécies nativas.