Novas oportunidades para aquicultores rurais
Promovido pela Casa Familiar das Águas, Curso de Qualificação em Aquicultura permite que moradores se capacitem no cultivo da tilápia e se desenvolvam enquanto empresários
28 de junho de 2013
Promovido pela Casa Familiar das Águas, Curso de Qualificação em Aquicultura permite que moradores se capacitem no cultivo da tilápia e se desenvolvam enquanto empresários
28 de junho de 2013
No Brasil, o Nordeste é o principal polo produtor de tilápia e pescado em geral, com destaque para os estados Bahia, Pernambuco e Ceará. Segundo Fernando Kubitza, pesquisador na área de Aquicultura da Universidade de São Paulo, isso se explica porque regiões quentes são mais favoráveis a esse tipo de produção, já que a temperatura da água permanece adequada durante a maior parte do ano. Mesmo assim, a produção do peixe ainda não é suficiente. “A tilápia, no País, continua com demanda maior do que oferta, a ponto de continuar importando grande quantidade de pescado”, completa Kubitza.
No intuito de contribuir para reversão desse cenário e estimular uma forte vocação econômica do Baixo Sul da Bahia, priorizando a geração de trabalho e renda, a unidade de ensino Casa Familiar das Águas (CFA) está viabilizando o Curso de Qualificação em Aquicultura para moradores da região. Foram selecionadas 22 pessoas – entre jovens e adultos – para compor a primeira turma. A proposta é profissionalizá-los como aquicultores rurais, especializados nos cultivos de tilápia e pirarucu. Com duração de pouco mais de seis meses, o curso abordará temas como Tecnologia do Pescado, Cooperativismo e Associativismo, dentre outros.
Por viverem em comunidades de difícil acesso, os participantes anseiam pela oportunidade de se desenvolver e conduzir autonomamente suas atividades produtivas. “Estou motivado para investir em minha formação, pois quero ser um exemplo enquanto dono de meu negócio”, expressa Carlúcio Santana, 20 anos, residente do Assentamento Lucas Dantas, em Ituberá (BA).
A aula inaugural foi realizada em 18 de junho no auditório do Colégio Estadual Casa Jovem, em Igrapiúna (BA), e o curso ocorrerá no espaço da Escola de Instrução Militar – EsIM, instalada no mesmo município. Encontro contou com a presença de integrantes da equipe institucional e pedagógica da CFA, representantes das secretarias municipais de Igrapiúna e Ituberá e associados da Cooperativa dos Aquicultores de Águas Continentais (Coopecon). “Com a capacitação de novos aquicultores, acredito que a CFA apoiará diretamente o trabalho da Coopecon”, destaca Adriano Freire, Líder da Cooperativa Estratégica da Aquicultura. Marcelo Costa, Responsável Técnico pelo Curso de Qualificação em Aquicultura, completa: “A Casa Familiar é um marco para a aquicultura no Baixo Sul”.
Como convidado especial, Gustavo Braga, professor da Universidade de Santa Cruz (UESC), ministrou palestra sobre o processo de cultivo da tilápia, que contempla a redução do tempo de engorda e consequente aumento no rendimento do filé. “A multiplicação do conhecimento na área aquícola é muito importante. E a CFA vai possibilitar isso para os moradores e suas famílias”, destacou Braga. “Além de gerar renda, meu trabalho na aquicultura vai permitir o desenvolvimento do local onde moro”, relata Simone Cruz, 27 anos, da comunidade dos Búzios, em Nilo Peçanha (BA).
CFA e Coopecon fazem parte do Programa de Desenvolvimento e Crescimento Integrado com Sustentabilidade do Mosaico de Áreas de Proteção Ambiental do Baixo sul da Bahia (PDCIS), promovido pela Fundação Odebrecht e parceiros das áreas pública e privada, além da sociedade civil. A Casa Familiar das Águas – que antes se chamava Casa Familiar do Mar – está retomando suas atividades depois de um período em processo de reestruturação. Vinculada à Coopecon, a CFA se propõe a fortalecer a atividade da aquicultura no Baixo Sul por meio da formação de empresários aquícolas, para que tenham condições de viver com dignidade na zona rural.
“O início da capacitação representa um passo importante para a inclusão social de famílias e para o estímulo ao protagonismo juvenil na região. Estamos nos organizando para que as próximas etapas sejam cumpridas: autorização junto ao Conselho Estadual de Educação para ministrar um curso técnico de aquicultura integrado ao ensino médio e a instalação da nossa sede”, conclui Manoel Santos, Diretor Executivo da CFA.
*Com informações do site da empresa Matsuda.
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