Veja como o projeto Fundo de Acesso à Terra beneficiará agricultores rurais
Sete jovens produtores serão apoiados por meio de assistência técnica e financeira
14 de fevereiro de 2013
Sete jovens produtores serão apoiados por meio de assistência técnica e financeira
14 de fevereiro de 2013
Muitos são os jovens que nascem no interior, mas poucos os que permanecem em seus locais de origem. Essa é uma realidade vivida nos estados brasileiros, principalmente nos nordestinos. De acordo com Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 80% da população do Nordeste vive em áreas urbanas. Busca por qualidade de vida, renda e educação são as principais causas do êxodo rural.
Com o propósito de oferecer educação qualificada e oportunidades de trabalho, é que surgiu a Casa Familiar Rural de Presidente Tancredo Neves (CFR-PTN), uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que se sustenta por meio de apoios de parceiros das áreas pública e privada. Primeira do tipo a ser instalada na Bahia, a unidade de ensino disponibiliza o Ensino Médio integrado à habilitação técnica, voltada para a realidade do campo, com duração de três anos. Fundada em 2002, a CFR-PTN já contabiliza a formação de 183 jovens da região do Baixo Sul, onde está localizada.
Mesmo com esses resultados, a equipe da Casa Familiar passou a se deparar com o afastamento de jovens das zonas rurais e entendeu que a falta de acesso à terra seria um dos fatores para isso. Dessa forma, foi identificada uma oportunidade para mudar essa realidade. “Quando vimos que cada jovem tinha, em média, apenas cinco hectares para produzir e isso estava influenciando-os a irem para as capitais, pensamos numa ideia que pudesse ajudá-los. Daí, surgiu o Fundo de Acesso à Terra (FAT)”, explica Juscelino Macedo, Líder da Aliança Cooperativa Estratégica da Mandioca e Fruticultura.
O FAT é um mecanismo que visa proporcionar assistência financeira a pequenos produtores para que tenham condições de cuidar de seus projetos agrícolas e possam viver exclusiva e integralmente de sua renda gerada no campo. A princípio, sete jovens serão contemplados com a iniciativa. A proposta é que, associados à Cooperativa dos Produtores Rurais de Presidente Tancredo Neves (Coopatan), eles se apropriem da parceria com o Banco do Brasil para ter acesso à linha de crédito agrícola. "Tenho expectativa de que esse projeto irá contribuir com meu desenvolvimento produtivo e com a formação da nova classe média rural", expressa Benivaldo Santos, 25 anos. Em 2009, o Banco do Brasil assinou convênio de cooperação com a Coopatan para facilitar o acesso dos agricultores ao crédito rural via Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Desde então, os cooperados já realizaram financiamentos para adquirir equipamentos e transportes agrícolas. O FAT se configura como mais um projeto que contará com o apoio do Banco do Brasil, confirmando, assim, a relação de confiança entre as instituições.
Passo a passo
Quatro etapas permeiam a implantação do FAT: identificação de propriedade com potencial agrícola, apresentação de documentos, implantação dos projetos produtivos, de acordo com planejamento da Coopatan, e amortização do financiamento. A compra da primeira terra está em fase final de negociação.
Em relação ao financiamento, o agricultor terá carência de um ano para começar a pagar, sendo que não poderá ultrapassar o período máximo de 10 anos para concluir a restituição total. “Acredito que o Fundo consolida o conceito de Aliança Cooperativa Estratégica, pois oferece aos jovens formados na Casa Familiar a oportunidade de gerar renda própria”, pontua Juscelino Macedo. Um dos resultados do FAT é assegurar, a partir do primeiro ano de implantação, ganho de três salários mínimos ao cooperado. “Com o incentivo, aplicarei novas tecnologias aos meus plantios. Quero servir de exemplo para outros moradores ao me tornar um empresário rural”, destaca Jailton Ribeiro, 22 anos.
Novas gerações
Com o FAT, além de se estabilizar em sua terra natal, o jovem contribuirá para que outros tenham a mesma oportunidade que ele, como o acesso à educação de qualidade. Com o ganho da produção, o cooperado destinará 2% ao Fundo de Sustentabilidade Educacional da CFR-PTN. Esse Fundo, em fase de estruturação, tem o objetivo de custear as atividades educacionais da Casa Familiar.
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