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Especialistas em conservação da Mata Atlântica conhecem projeto Águas do Sem Fim

Representantes do Instituto de Pesquisas Ecológicas e da Organização de Conservação de Terras discutiram modelos inovadores para promoção da biodiversidade.

1 de agosto de 2009

Sustentabilidade e conservação da Mata Atlântica. Esses foram os principais temas discutidos por representantes do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) e Organização de Conservação de Terras (OCT), entre os dias 16 e 18 de julho, durante visita a alguns projetos educativos e para promoção da biodiversidade na região do Baixo Sul da Bahia.

O IPÊ, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) com sede em Nazaré Paulista (SP), é uma das mais antigas instituições atuantes no bioma Mata Atlântica. Atualmente, mais de 90 profissionais trabalham em cerca de 50 projetos espalhados pelo Brasil. Desenvolver e disseminar modelos inovadores de conservação da biodiversidade com a participação da comunidade é missão tanto do IPÊ como da OCT. A visita ao Baixo Sul buscou estimular a troca de experiências, como forma de maximizar ações e resultados.

A comitiva do IPÊ foi composta por Cláudio Pádua, Fundador, Membro do Conselho e Diretor Científico; Eduardo Ditt, Diretor Executivo; Cristiana Martins, Coordenadora da Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade (ESCAS); e Patrícia Paranaguá, Pesquisadora. Acompanharam o grupo, pela OCT, Fábio Lopes, Líder do Projeto Águas do Sem Fim, e Leonardo Bittner, Consultor.

A visita contemplou passagens pela Serra da Papuã (Ibirapitanga – BA), Casa Familiar Agroflorestal (Cfaf) e uma apresentação sobre a Associação Guardiã da Área de Proteção Ambiental do Pratigi (Agir). Em Ituberá (BA), a comitiva do IPÊ conheceu o viveiro comunitário de Lagoa Santa, fruto do projeto Águas do Sem Fim, que tem como meta recuperar nascentes e matas ciliares degradadas na bacia do Rio dos Cágados, único que abastece a cidade.

“Em 2003 e 2004, ocorreu racionamento de água devido à redução do fluxo do rio, o que é conseqüência direta do desmatamento na bacia”, explica Fábio Lopes. O Projeto Águas do Sem Fim envolve duas comunidades em regime de parceria com suas associações, cada uma com cerca de 80 membros. Serão produzidas 49 mil mudas nativas da Mata Atlântica, das quais 22 mil em cada viveiro comunitário e 5 mil no viveiro escola que está sendo implantado na Cfaf. No total, será recuperada uma área de 30 ha de mata, gerando R$16.000,00 de receita para cada associação que deverá ser usada em necessidades identificadas pela própria comunidade.

Cláudio Pádua, pesquisador referência no tema Mata Atlântica, é entusiasta da implantação de viveiros comunitários. “Nossa experiência mostra que esse instrumento é excelente para o envolvimento das populações locais na recuperação e proteção da floresta. As comunidades assumem o papel central no projeto e passam a lutar por ele”, explica. Pádua conta que este modelo já é desenvolvido em 29 viveiros em São Paulo. “Foi com eles que conseguimos converter vários assentamentos de reforma agrária em grandes protetores da mata”, conclui.

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