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Agricultura: há espaço para todas

Conversamos com alunas das Casas Familiares, que nos falaram sobre a sua relação com a agricultura. Conheça suas histórias!

2 de maio de 2018

Viver da agricultura na zona rural é o sonho de muitos jovens do Baixo Sul da Bahia. Mas, ainda hoje, há quem acredite que essa é uma atividade exclusivamente masculina, pouco interessante e atrativa para as mulheres. Provando o contrário, 50 meninas ingressaram este ano nas Casas Familiares, escolas apoiadas pela Fundação Odebrecht que oferecem o Ensino Médio integrado ao técnico com ênfase na produção rural, correspondendo a 44% dos novos alunos matriculados.

Além de abordar os assuntos da Base Nacional Comum, as unidades de ensino repassam todas as técnicas necessárias para ajudar os estudantes a se transformarem em empresárias rurais. Atualmente, três casas são apoiadas: a Casa Familiar Rural de Presidente Tancredo Neves (CFR-PTN), que alia o Ensino Médio ao Ensino Técnico em Agropecuária, a CFR-I, com o curso de Educação Profissional Técnica em Agronegócio integrado ao Ensino Médio, e a Casa Familiar Agroflorestal, em Nilo Peçanha, com o Ensino Médio ligado à Educação Profissional Técnica em Florestas.

A Fundação Odebrecht conversou com três estudantes, uma de cada Casa Familiar, que contaram seus sonhos, planos para o futuro e o que as levou a escolher estudar e trabalhar com a terra, provando que, na agricultura, há espaço para todo mundo.

Confira!

Elisabete Sousa, 15 anos – CFR-PTN
Comunidade das Três Jueranas, Valença (BA)

Mesmo nascida em uma família de produtores rurais, Elisabete Sousa, 15 anos, é a primeira a estudar sobre a agricultura. Quando chegou na idade de decidir onde cursar o Ensino Médio, não teve dúvidas: inscreveu-se na Casa Familiar Rural de Presidente Tancredo Neves (CFR-PTN), localizada no Baixo Sul da Bahia. “Quis entrar aqui porque estou em busca de um futuro melhor. Além disso, já tinha um interesse grande em agropecuária. Meus pais sempre me apoiaram nessa escolha”, lembrou.

Na percepção de Elisabete, mulheres agricultoras ainda são minoria na comunidade das Três Jueranas, município de Valença, onde vive. “Ainda há um preconceito, muitas vezes por parte da família, que acha que a mulher não vai dar conta. Quando eu disse que queria ser agricultora, algumas pessoas disseram: ‘você aguenta?’. Eu sei que aguento”, ressaltou.

Elisabete viaja cerca de duas horas para chegar à escola, onde passa uma semana estudando em período integral. Suas 10 colegas de turma são parceiras, correndo atrás, diariamente, de reconhecimento e crescimento. “As amigas que fiz aqui também têm muito interesse em estudar cada vez mais e se tornarem empresárias rurais. Não tem diferença entre menino e menina”, contou.

Quando pensa nos próximos passos, uma palavra vai à sua mente: independência. “Quero fazer faculdade de agronomia, ter meu próprio recurso, plantar na minha área… Ter o meu negócio, sem depender de ninguém!”, completou.

Érica de Almeida, 14 anos – CFR-I
Comunidade de Lagoa Santa, Ituberá (BA)

O sonho de érica de Almeida é ser professora e dona da própria empresa rural

O que inspira érica de Almeida, 14 anos, a ir atrás de um futuro melhor é a história de muitas mulheres da comunidade de Lagoa Santa, em Ituberá, onde vive. “Normalmente, elas se casam e não têm um trabalho próprio. Eu quero mudar isso, para que as pessoas saibam que a mulher não faz só o trabalho de casa. Podemos ser autônomas e ter a nossa própria renda”, revelou.

Para ajudar a transformar a realidade da família, tradicionalmente agricultora, ela quis entrar na Casa Familiar Rural de Igrapiúna (CFR-I). “Quero aprender como melhorar a vida dos meus pais, da minha comunidade e ajudar a transformar a nossa realidade”, explicou. Já como resultado das primeiras semanas na unidade de ensino, érica implantou uma pequena horta na sua propriedade, da qual cuida com a mãe. “Na nossa área, também temos banana, guaraná, seringueira, cacau, mandioca… Dividimos o trabalho. Meu pai planta, eu ajudo a colher”, disse.

Entre os seus maiores sonhos, está o de não sair da zona rural e ser professora, além de ser dona da própria terra. “Em um futuro próximo, quero ser independente. é por isso que as meninas estão vindo mais estudar aqui, para conquistarem tudo o que quiserem”, afirmou.

Rauana dos Santos, 15 anos – Cfaf
Comunidade dos Búzios, Nilo Peçanha (BA)

No futuro, Rauana dos Santos quer ter uma horta orgânica e um restaurante

“Gosto daqui porque tem uma base de respeito, amar e respeitar o espaço de cada um. Somos uma família”, disse Rauana dos Santos, 15 anos, estudante da Casa Familiar Agroflorestal (Cfaf), localizada no município de Nilo Peçanha. Ainda criança, sempre que podia, ajudava a mãe a plantar cacau no terreno da família. “No começo só olhava, regava… Foi assim que aprendi”, conta.

Além de trabalhar com agricultura, Rauana tem um gosto especial por plantar flores. “Na frente da minha casa tem muitas. Eu acho lindo. Ainda vou plantar mais”, contou. Outro talento que tem é com a culinária. “Eu cozinho de tudo. Gosto muito de fazer doce. Meu pai diz que é a minha cobaia. Faço pudim, bolo com cobertura, doce de abacaxi, cocada”, lembrou.

No futuro, pensa em ter seu próprio restaurante. Mas com um detalhe: só servirá pratos orgânicos. “No fundo do restaurante, quero plantar uma horta, cozinhar só com o que vier dali. Uma horta orgânica, sustentável”, enfatizou. “Eu sonho em me formar e trabalhar com o que gosto, que é plantar e cozinhar. é assim que me vejo daqui para a frente”.

As Casas Familiares são apoiadas pela Fundação Odebrecht através do Programa de Desenvolvimento e Crescimento Integrado com Sustentabilidade (PDCIS).

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