Notas para Imprensa

Programa Terramiga garante capacitação técnica e acesso a novos mercados a pequenos produtores rurais do Baixo Sul da Bahia

Iniciativa que beneficiou diretamente mil famílias do Baixo Sul da Bahia é modelo replicável de promoção do desenvolvimento socioeconômico

4 de julho de 2011

Originada a partir de um convênio de US$ 2,35 milhões, o Programa Terramiga é uma parceria entre o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Fundo Multilateral de Investimento (Fomin), a Mitsubishi Corporation, a Fundação Odebrecht (FO) e o Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Baixo Sul da Bahia (IDES). O Programa Terramiga teve como principal desafio desenvolver modelos que reduzissem a pobreza rural, aumentassem a produtividade agrícola simultaneamente com boas práticas para a redução do impacto ambiental, além da criação de mecanismos para acesso a mercado de produtos com maior valor agregado.

“O eterno descasamento entre os tempos da agricultura, determinado pelas estações climáticas, e o tempo dos financiamentos, determinado pela burocracia do crédito agrícola, deixou de ser um fator limitante com as parcerias que construímos. Desenvolvemos, junto a estes agricultores familiares, um modelo inovador de tecnologia de inclusão social dentro das cooperativas”, ressalta Roberto Lessa, vice-presidente da Fundação Odebrecht – área socioprodutiva.

Os recursos do Programa Terramiga foram utilizados para apoiar mil famílias que atuam na produção de mandioca, palmito, piaçava e aquicultura. Em cinco anos a parceria contribuiu para aumento de produção, de faturamento das cooperativas e de renda mensal da unidade-família.

Luciana Botafogo, especialista setorial do Fundo Multilateral de Investimentos do BID destaca que são exatamente estes os resultados almejados em iniciativas apoiadas pela instituição. “Buscamos sempre gerar, para nossos beneficiários, impacto mensurável e acreditamos que a única maneira de ampliar nossa atuação é por meio de projetos como o Terramiga que tem contribuído para a melhoria da qualidade de vida de muitas pessoas”, conclui.

A Cooperativa dos Produtores de Palmito do Baixo Sul da Bahia (Coopalm), por exemplo, tem 500 agricultores familiares que cultivam palmito de pupunha e conquistou, entre 2009 e 2011, aumento de 2.000% na participação de mercado, saltando do 49º lugar para o segundo mais vendido do Brasil. Entre 2007 e 2010, houve um crescimento de 463% na quantidade de caixas de palmito comercializadas, de 2.500 para 14.083 unidades. O faturamento aumentou de R$ 2,07 milhões para R$ 12,7 milhões em 2010. A renda da unidade-família também subiu 63%, de R$ 379 para R$ 626 mensais.

Sob a marca Cultiverde – Produtos Sustentáveis, o palmito ecológico conquistou espaço em grandes redes de varejo, como Carrefour, Mundo Verde e Associação dos Restaurantes da Boa Lembrança (Brasil); Pão de Açúcar, Extra e Walmart (Sudeste e Nordeste); Bretas (Sudeste e Centro-Oeste); Supermaia (Centro-Oeste) Cencosud, Nordestão, Bonanza e Arco Iris (Nordeste) e Ebal, Restaurantes Baby Beef e Chez Bernard (Bahia).

A Coopalm tem certificados ISO 9001 (gestão da qualidade) e o Selo de Agricultura Familiar (estadual e federal). Já o processo industrial do palmito conquistou a ISO 14001 (gestão ambiental) e ISO 22000 (segurança alimentar), além do selo de orgânicos e o Rainforest Alliance Certified que auxilia o consumidor a identificar produtos agrícolas de origem responsável, que observam a conservação dos recursos naturais e as condições socioeconômicas de produtores e suas famílias.

As parcerias solidárias com as grandes redes de varejo tornam possível a comercialização direta, que elimina uma cadeia de intermediários, e beneficia diretamente o produtor da agricultura familiar que tem a oportunidade de ampliar sua renda. Este é o modelo das alianças cooperativas. Nele, agricultores, organizados em cooperativa, utilizam os serviços da indústria beneficiadora – que concebe o produto com maior valor agregado – e do comercializador que disponibiliza suas gôndolas. Cria-se assim, um vínculo direto com o consumidor, garantindo que o maior retorno de renda seja sempre das unidades-família. A contribuição de todos os protagonistas fortalece o jogo do ganha-ganha. Neste contexto, a educação, parte integrante e essencial para formação dos cooperados do amanhã, é disponibilizada pelas Casas Familiares Rurais, unidades de ensino que oferecem educação profissional de qualidade a jovens, estimulando a permanência no campo e na agricultura familiar.

Lourivaldo Grima e sua mulher são associados da Coopalm desde 2004 e têm uma renda superior a R$ 1.500 por mês apenas com a produção de palmito. “A forma como trabalhava no começo é totalmente diferente. Depois que passei a ter acompanhamento técnico da Coopalm tudo mudou. A produtividade subiu e a renda também. Foi isso que nos fez mais fortes. O que me motiva para trabalhar mais e melhor é saber que podemos contar com o apoio da Coopalm. É saber que temos mercado garantido para a nossa produção e a família estar motivada com a renda que conseguimos”, explica Lourivaldo.

A Cooperativa de Produtores Rurais de Presidente Tancredo Neves (Coopatan), que integra 181 cooperados no cultivo de mandioca, aumentou o faturamento de R$ 320 mil para R$ 2,36 milhões. A Cooperativa Mista de Marisqueiros, Pescadores e Aquicultores (Coopemar) dobrou a comercialização de peixes e a Cooperativa das Produtoras e Produtores Rurais da Área de Proteção Ambiental Pratigi (Cooprap), com 43 associados, aumentou a sofisticação das suas peças artesanais.

Baixo Sul da Bahia: pobreza e riqueza natural
O Baixo Sul é formado por 11 municípios, localizados no leste do estado da Bahia. Com uma condição natural ímpar, seu território é um mosaico de Áreas de Proteção Ambiental (APA), sendo constituída por cinco delas. Aliada ao patrimônio natural, com cenários, ainda, em excelente estado de conservação (como matas, rios, cachoeiras, manguezais, restingas, coqueiros e um extenso litoral), o Baixo Sul dispõe de inestimável patrimônio arquitetônico e cultural.

As riquezas naturais, o valioso patrimônio cultural e o amplo potencial econômico, principalmente agrícola, convivem com a pobreza da população e o analfabetismo que limitam seu desenvolvimento. Para reverter esse quadro, a sociedade civil organizada se uniu aos Governos Federal, Estadual e Municipais, iniciativa privada e Fundação Odebrecht, formando um sistema inovador de Governança Participativa, onde o primeiro, o segundo e o terceiro setores atuam de forma integrada e sinérgica para promover a inclusão social.
 

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