Desde 2019, a implementação de Fossas Sépticas Ecológicas já levou o acesso a saneamento básico a mais de 88 famílias baianas que vivem na área rural e são beneficiadas pelo PDCIS, o programa social da Fundação Norberto Odebrecht. Agora, esta atividade teve seu impacto reconhecido nacionalmente: o projeto foi selecionado como uma das 10 soluções mais inovadoras na promoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil pelo Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030 (GT Agenda 2030).
Desenvolvida pela Prefeitura Municipal de Caratinga (MG) e executada em diversos municípios do Baixo Sul da Bahia pela Organização de Conservação da Terra (OCT), a tecnologia das Fossas Sépticas Ecológicas é um modelo de saneamento básico inovador, que garante um sistema de tratamento de esgotos para propriedades sem acesso à rede geral e evita a poluição do solo e dos lençóis freáticos.
Para Adélcio Menezes, da equipe de Parcerias Sociais da Fundação, a seleção certifica o bom trabalho que está sendo feito. “O PDCIS se alinhou totalmente à promoção dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável no país. Então entendemos que é um reconhecimento de que a iniciativa de implementação das fossas sépticas é, sim, muito relevante e consegue atender e melhorar a vida da população”, explica. “Com o prêmio, estamos ao lado de iniciativas promovidas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pela Universidade de Brasília, por exemplo. É uma honra”, diz.
Além da instalação das fossas sépticas, o projeto prevê a realização de oficinas com os donos das propriedades para orientá-los na continuidade do uso dos equipamentos. É o que explica Rogério de Miranda Ribeiro, engenheiro agrônomo da OCT. “O intuito [das oficinas] é de conscientizar sobre a importância da conservação dos recursos naturais e explicar para os produtores o funcionamento do sistema, mostrando a simplicidade da tecnologia”, comenta.
Mais de 70 projetos de todo o país haviam se candidatado ao edital Soluções Inovadoras do GT Agenda 2030.
Saneamento no campo
A importância do projeto fica ainda mais clara diante dos dados de saneamento básico no Brasil. Entre quem vive na cidade, o saneamento já não chega a todos: só 61,9% dos brasileiros têm acesso a tratamento de esgoto. Mas a situação é ainda mais alarmante para quem vive na área rural. Ao considerar os brasileiros que vivem no campo, o nível de atendimento de esgotamento sanitário no país diminui para 54%, segundo o Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (2019). “São números alarmantes. Por isso uma iniciativa como a nossa é tão importante. Sendo de baixo custo, ela é economicamente viável e pode ser reaplicada em outros locais”, comenta Adélcio.
Até o final de 2021, a expectativa é que mais 200 fossas sépticas ecológicas sejam implementadas em propriedades rurais do Baixo Sul da Bahia pela OCT.
Com o prêmio, a Fundação Norberto Odebrecht vai participar do III Seminário de Soluções Inovadoras para o Desenvolvimento Sustentável e receber uma mentoria do GT Agenda 2030.