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08h00

Jovem do Baixo Sul da Bahia implanta sistema inovador de cultivo sem uso do solo

Aluno de uma das escolas parceiras da Fundação Norberto Odebrecht, Daniel de Jesus adotou sistema de hidroponia como forma de melhorar sua produção de hortaliças

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Solo arenoso e variações climáticas são algumas características da região onde Daniel de Jesus trabalha com agricultura ao lado de sua família, em Taperoá, no Baixo Sul baiano. Aluno da Casa Familiar Agroflorestal (CFAF), escola parceira da Fundação Norberto Odebrecht, o jovem de apenas 17 anos tem bons resultados na colheita quando as condições estão ideais. Mas, e o que fazer no caso de um cenário menos favorável?

Daniel ao lado das hortaliças que produz por meio da hidroponia

A resposta chegou para Daniel por meio da própria escola: implantar um sistema de hidroponia que viabiliza o cultivo de plantas sem o uso do solo, com as raízes submersas na água. Marcos Novais, professor de matemática e monitor da CFAF, conta que o jovem se empolgou bastante frente à possibilidade. “Daniel tinha problemas para cultivar na sua propriedade por causa do tipo de solo. Quando falamos para ele dessa opção, seu olho até brilhou. Com essa tecnologia, ele consegue controlar fatores como umidade, temperatura, quantidade de sol, de nutrientes e tem mais homogeneidade no produto”, explica.

Curioso e engajado, Daniel aprendeu na escola os processos necessários para implementar o sistema. “Eu decidi correr atrás e utilizar a hidroponia na minha área ao mesmo tempo em que o trabalho era feito na CFAF, que foi um exemplo para mim”, conta. Ao lado de técnicos e educadores da escola, Daniel atuou como estagiário durante as etapas de instauração do projeto na CFAF, que combina hidroponia com aquaponia (criação de peixes) em um mesmo sistema fechado.

Rita Cardoso, diretora da CFAF, explica que essa iniciativa é fruto do esforço da escola em buscar novas tecnologias para diversificar a produção agrícola. “Estamos com projetos novos de criação de frango, quintal agroflorestal, temos as hortas convencionais, apicultura e agora colocamos a implantação de uma tecnologia para diversificar. É oportunidade de ganho de renda para as famílias”, pontua.

Com planejamento iniciado em outubro e executado em novembro, o projeto ficou pronto no fim do ano passado. Novais, que atuou juntamente com o apoio técnico da escola na instalação do sistema, reforça também que a diversificação dos cultivos agrícolas é uma forma de explorar melhor a região de Nilo Peçanha, no Baixo Sul, onde está localizada a CFAF. “Temos uma característica geral do entorno que é a diminuição gradativa das áreas de produção. As famílias vão crescendo, as áreas se dividindo e uma boa parte dos nossos alunos não têm uma quantidade de terra que dê para sobreviver com os cultivos tradicionais. Estávamos desde 2019 buscando projetos de maior valor agregado em uma área menor”, comenta.

Como funciona a tecnologia social

Na CFAF, o modelo utilizado combina a hidroponia com aquaponia. Conectado por tubos, o ciclo se fecha a partir da alimentação dos peixes, cujos dejetos são ricos em nutrientes que alimentam as plantas. Essas, por sua vez, filtram a água para os próprios peixes. Para dar opções aos alunos, a escola implantou o sistema tanto com tubos de PCV quanto com bambus.

Sistema sustentável também pode ser integrado à criação de peixes

Em sua propriedade, Daniel ainda não colocou os peixes, mas está se preparando para isso. Por enquanto, o jovem empreendedor foca suas energias na hidroponia, onde cultiva sua especialidade: hortaliças. “Temos que garantir o comércio primeiro para poder produzir e ter ideia de quantas mudas vamos cultivar. Tenho um mercado já garantido desde que entrei na CFAF, que comecei no ramo da horticultura. Sempre que tenho horta, basta ligar para o restaurante onde distribuo e consigo fazer a venda com sucesso. Eles dão valor ao produto, sabem que é livre de agrotóxicos e feito com amor, com carinho”, diz.

Ao lado da avó e dos tios, ele planta alface, seu carro-chefe, coentro, rúcula e cebolinha. Além disso, tem Projetos Educativos-Produtivos – nos quais recebe insumos e orientações técnicas da CFAF para implantação – de cacau, banana, aves e horta convencional. “Atualmente, eu me vejo como um empreendedor rural. Quero fazer minha vida dentro da minha propriedade junto com minha unidade família. E quero trazer tecnologia para dentro da minha área”, reforça o jovem, que planeja fazer uma faculdade de engenharia agronômica quando terminar o curso técnico de Florestas na Casa Familiar.

Com orgulho, Novais conta o quanto Daniel evoluiu desde que ingressou na escola. O educador, que o acompanhou como monitor no 1º e 2º ano, relembra que a família deu vida nova à propriedade onde cultivam e passaram a adotar os manejos que o estudante aprendeu na CFAF. Além disso, Daniel foi contemplado com a instalação de uma fossa séptica ecológica em sua casa, fruto de uma parceria da CFAF com a Organização de Conservação da Terra (OCT), também instituição parceira da Fundação Norberto Odebrecht. “Ele é um jovem que se empolga e sempre pesquisa muito”, pontua.

Agora, o adolescente segue focado em divulgar o seu negócio. Para isso, tirou fotos, fez card de divulgação enaltecendo as hortaliças produzidas via hidroponia e aposta em um bom marketing. “Isso veio do curso de empreendedorismo do Sebrae que tivemos no ano retrasado. Apliquei essas ideias que tivemos com os professores”, destaca Daniel.

Você sabia? A Tecnologia Social da Fundação Norberto Odebrecht foi sistematizada na publicação “Como implementar o PDCIS”, que apresenta um modelo para implementação de um programa social de desenvolvimento sustentável baseado numa experiência com impactos comprovados. Nela, é possível conhecer mais sobre o PDCIS, Programa Social do qual a CFAF faz parte. Clique aqui para conhecer a publicação!
 

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