Comunicação

16h00

Bompreço venderá peixes do baixo sul

Inicialmente, os pescadores vão fornecer 500 quilos de Saint Pierre (um tipo de tilápia), a cada 15 dias

Pescadores do baixo sul do Estado vão vender peixes para o Bompreço. Graças a um convênio entre a Wal-Mart, empresa que detém o controle da rede de supermercados, e a Cooperativa Mista de Marisqueiros, Pescadores e Aqüicultores (Coopemar), os trabalhadores conseguiram oferecer os melhores preços do mercado. A parceria, assinada ontem, faz parte de um projeto maior, que envolve iniciativas pública e privada, e visa beneficiar o baixo sul, região conhecida pelo grande potencial natural, contrastando com a pobreza da população.

Inicialmente, os pescadores vão fornecer 500 quilos de Saint Pierre (um tipo de tilápia), a cada 15 dias, para seem vendidos na maior loja da rede em Salvador, o Hiper Bompreço do Iguatemi. A previsão é que o volume aumente já nos próximos meses. O potencial de produção dos 60 associados da cooperativa do baixo sul é de 19 toneladas. “Antes, não tínhamos a quem vender. Agora, contamos com este canal”, comemora o presidente da Coopemar, Luciano Freitas.

Com a proposta de ser uma parceria social, o Wal-Mart anuncia que reduzirá a sua margem de lucro para favorecer os pescadores. “Vamos vender praticamente pelo mesmo preço que compramos. Esta não é uma compra que visa ao lucro”, garante o vice-presidente de assuntos corporativos da rede norte-americana, Wilson Mello Neto.

Em um quilo de filé de peixe, por exemplo, o Wal-Mart está pagando à Coopemar R$ 16,40. De acordo com os pescadores, o preço de mercado é R$ 15. O produto será vendido para os consumidores no Hiper a R$ 17,98/kg, enquanto o peixe inteiro, a R$ 6,39.

Após a experiência inicial, considerada como projeto piloto, o Wal-Mart estudará a ampliação da compra de peixes da Coopemar. Poderá vender o produto em suas demais lojas baianas e até de outros Estados. Hoje, a rede de supermercados já comercializa palmito produzido no baixo sul. Ainda este ano, deve começar a negociar a farinha de mandioca fabricada na região.
 
Baixo Sul – A cooperativa de pescadores, bem como outros projetos, integram o Programa de Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Baixo Sul (DIS Baixo Sul), que tem como um dos seus principais objetivos gerar oportunidades de trabalho e aumento de renda criando cadeias produtivas. “O projeto é muito importante em uma região onde 70% da população sobrevive com menos de um salário mínimo”, observa Marta Castro, coordenadora de comunicação da Fundação Odebrecht, uma das parceiras do DIS.

No caso dos pescadores, comenta a representante da Fundação Odebrecht, as rendas familiares serão elevadas para R$ 600 por mês. São 60 cooperativados, significando benefícios para cerca de 300 pessoas, comenta Marta, contabilizando famílias de cinco membros. Pescadores e suas famílias recebem treinamento e apoio técnico para criação das tilápias em tanques. Os peixes, originários de água doce, passam por um processo de aclimatização para serem criados em águas salobras (de baixa salinidade).

Para os projetos do baixo sul, a Fundação Odebrecht está disponibilizando este ano R$ 7 milhões. A região, que integra 11 municípios, entre os quais estão Valença, Taperoá, Cairu e Camamu, é conhecida como região turística da Costa do Dendê e conta com 120 mil habitantes. “É uma região que está próxima da capital, com um enorme potencial natural, mas com uma carência muito grande”, constata Jackson Ornelas, coordenador do DIS por parte da Secretaria de Planejamento do Estado.

As demandas da região são por direitos básicos, como a falta de registro civil que chega a atingir 20% da população. Só através do DIS, quem não possuía o documento está conseguindo obtê-lo. O programa, além da Fundação Odebrecht e do governo do Estado, conta com a participação da Associação dos Municípios do Baixo Sul (Amubs) e do Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Baixo Sul da Bahia (IDES).

O PEIXE

 Nos estuários do baixo sul da Bahia, local de encontro de águas doces e salgadas, Saint Pierre é criado de forma peculiar. Originalmente um peixe de água doce, os alevinos deste tipo de tilápia passam por um processo de aclimatação para sobreviver nas águas salgadas. A técnica é pioneira no País, prevendo a criação dos peixes em tanques-rede, com alimentação com rações especiais, sem resíduos de animais terrestres.

Em razão do processo diferenciado, de acordo com os especialistas, os peixes produzidos no baixo sul apresentam sabor mais suave do que os pescados de alto-mar e mais apetitosos do que os de rio. O movimento constante do peixe nas fortes correntes marítimas e fluviais do estuário resulta em uma carne mais consistente e com pouco teor de gordura.
 

Fonte: Jornal A Tarde - 10. 06. 05 - por Cassandra Barteló

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